História da Hipnose

 

Hipnose Dinâmica e Comunicação Não Verbal

 

 

 

 

 

História da Hipnose

A hipnose é antiga como o próprio Homem. Há provas de que os Egípcios, os Assírios-babilônicos, os Romanos, os Azstecas e os Mayas já utilizavam a hipnose para tratar dos doentes.
Obviamente definida com outros termos, a hipnose, desde sempre é patrimônio da filosofia e da medicina ocidental e oriental, tanto a antiga quanto a contemporânea.

São bem conhecidas e aceitas as práticas de concentração e relaxamento orientais. Elas permitem, por exemplo, aos faquires hindus, obter específicas alterações do estado de consciência para levá-los à insensibilidade total da dor, ao ponto de poderem deitar-se sobre pregos ou caminhar sobre brasas sem sentir nada.
Esses "estranhos fenômenos" não são nada mais que eficazes técnicas de auto-hipnose efetuadas por pessoas que dedicaram muitos anos da própria vida à experimentação e ao desenvolvimento de tais técnicas.

Para nós, ocidentais, a hipnose moderna começou com o médico alemão Franz Anton Mesmer, na segunda metade do século XVIII.

Em 1843, o médico inglês James Braid, publicou o primeiro tratado científico sobre esta ciência, codificando o termo "Hipnose", que deriva da palavra grega "Hipnos", que significa sono.

As maiores descobertas sobre hipnose aconteceram na segunda metade do século XIX, graças aos trabalhos de célebres clínicos como Charcot, Liebeault e Bernheim.

É fundamental lembrar que a hipnose foi o ponto de partida de Freud e dos primeiros psicanalistas.
Charcot dizia que se podia aproveitar a hipnose somente para alguns casos de histeria: ele considerava hipnotizáveis apenas os neuróticos.
Bernheim demonstrou que a hipnose era ligada a fenômenos psíquicos de sugestão e que podiam ser hipnotizadas também pessoas normais, além dos neuróticos.
Liebeault definiu fundamental a "relação" médico-paciente para obtenção dos fenômenos hipnóticos e seus efeitos terapêuticos.

Freud se utilizava do método catártico para o tratamento dos seus pacientes, ou seja, ajudava-os a pôr para fora emoções até então embutidas na própria mente.
As contínuas pesquisas e a estreita colaboração e troca de informações entre cientistas levaram a definir conceitos fundamentais, válidos ainda hoje.
Foi desenvolvendo a hipnose e as suas aplicações em seus pacientes que Freud codificou as bases da Psicanálise.
A definição de consciente e inconsciente, as técnicas de abordagem do paciente, a interpretação, a transferência etc., são marcos fundamentais da moderna psicologia.
Assim como todos os cientistas e pesquisadores, Freud começou a desenvolver esta nova técnica de tratamento e deixou de se utilizar da hipnose propriamente dita na sua prática terapêutica, também porque percebeu que somente um pequeno número de pacientes entrava naquele estado sonambúlico que, para a época, era o objetivo principal da indução hipnótica.

Depois da Segunda Guerra Mundial, nos anos 50, a hipnose readquiriu uma dignidade científica quando foram constituídas importantes associações médicas de estudo, especialmente nos EUA e na Europa.

Os principais pesquisadores sobre hipnose foram M. Erickson e L. Wolberg, nos EUA; L. Chertok, França e F. Granone, na Itália.

Hipnose Dinâmica e Comunicação Não Verbal

A BRITISH MEDICAL ASSOCIATION, define hipnose como um "temporário estado alterado de atenção do sujeito", que pode ser induzido por um operador, quando podem acontecer vários fenômenos, tanto espontâneos quanto como em resposta a estímulos verbais ou de outra natureza.
Entre estes fenômenos existem alterações da consciência e da memória, a aumentada suscetibilidade a sugestões e a produção no sujeito de resposta e idéias que não lhe são familiares em condições normais.
Fala-se de um estado de intensa concentração focal, com diminuição da consciência periférica que pode utilmente facilitar procedimentos diagnósticos e terapêuticos em psiquiatria clínica.

Hipnose pode ser definida como um estado manifestado por uma introjeção da mente para o interior, que facilita um aumento da criação imaginativa, privilegia o raciocínio indutivo sobre o dedutivo e reduz a necessidade do exame da realidade, fornecendo assim uma disposição mental em que algumas idéias podem ser recebidas e experimentadas de maneira tão real, que é possível revivê-las.

M. Erickson considera o estado hipnótico como um estado de atenção e receptividade intensificado e de aumentada reatividade a uma idéia ou série de idéias.
Erickson especifica que o transe terapêutico é um período durante o qual os pacientes têm condições de quebrar as próprias limitadas estruturas e sistemas de crenças de tal maneira a poder experimentar outros modelos de funcionamento sobre si mesmos.

Granone define por hipnotismo a possibilidade de induzir num sujeito um específico estado psicofísico que permite influenciar as condições psíquicas, somáticas e viscerais do paciente, através do relacionamento criado entre este último e seu médico.
Esta definição evidencia a importância do relacionamento médico - paciente como momento fundamental da relação hipno-terapêutica.

O estado hipnótico é um estado de consciência alterado, mas simultâneo a um estado natural.

É importante evidenciar como existem comum e diariamente experiências de estados hipnóticos. Isso acontece quando estamos completamente absorvidos na leitura ou quando estamos dirigindo quase "automaticamente", percorrendo um caminho que nos é familiar.
Nestes momentos, muitas vezes, conseguimos não ser incomodados por estímulos não desejados, como por exemplo, um barulho externo ou uma dor somática. Tudo isso acontece sem que seja eliminada a nossa consciência do estado de vigília.

Existem muitos equívocos e mistificações que fazem com que a hipnose não seja completamente aceita, tanto pela classe médica quanto pelos potenciais pacientes. Isto ocorre porque, erroneamente, a hipnose é vista como uma técnica para dominar a mente das pessoas. É demonstrado amplamente por todos os pesquisadores e através de todos os experimentos que, se uma pessoa não quer ser hipnotizada, ninguém consegue hipnotizá-la.

O paciente hipnotizado é constantemente dono de si, não diz ou faz coisas que não diria nem faria em estado de vigília.

O mito da hipnose como domínio é, infelizmente, alimentado pelo cinema e pela televisão; pelos hipnotizadores de teatro e de circo, onde se procura dar ênfase à imagem negativa e distorcida da hipnose e à necessidade de o hipnotizador adquirir um benefício próprio às custas do prejuízo do hipnotizado.

Às vezes, a hipnose é considerada como uma espécie de magia ou bruxaria e, portanto, eficaz em qualquer circunstância. Nada de mais errado. Hipnose não é nada disso. Não é a panacéia de todos os males.

Hipnose é uma técnica diagnóstica e principalmente terapêutica, muito eficaz em muitas áreas, segura e científica, se utilizada por profissionais médicos, psicólogos e dentistas com uma adequada preparação.
Não é mágica, nem pretende ser.

As principais diferenças entre as técnicas indutivas da hipnose tradicional e da hipnose dinâmica estão ligadas a vários fatores: enquanto a hipnose tradicional se utiliza da comunicação verbal através de teses de sugestionabilidade dirigidos às estruturas conscientes da mente do paciente (que pode aceitar ou não a sugestão), a hipnose dinâmica se utiliza da comunicação não verbal, por meio de atos comunicativos, dirigidos as estruturas inconscientes, analógicas da mente do sujeito (que, por serem analógicas, não podem ser identificadas em nível consciente e, portanto, não podem ser rejeitadas).

A hipnose dinâmica não necessita mais de que três ou quatro minutos para a indução. Ao passo que, a hipnose tradicional necessita de pelo menos 20 ou 30 minutos para o mesmo resultado. A hipnose moderna, confirma através de inúmeros estudos e pesquisas de que o sono do paciente, considerado o objetivo na técnica tradicional, é somente uma das muitas fenomenologias produzíveis. O fato de não necessitar que o paciente atinja um estado de sono e, portanto, permaneça consciente, em equilíbrio com o ambiente, com o tempo e o espaço, nos auxilia enormemente em nosso trabalho terapêutico, além de tornar-se um processo muito mais rápido, mais intenso e muito menos desgastante.

A hipnose moderna começou com os estudos de Milton Erickson, para muitos o maior hipnoterapeuta dos Estados Unidos, e considerado ainda hoje, depois de quase 20 anos da sua morte, como um grande mestre.

A hipnose tem um conceito muito errado. Ela é vista pela maioria das pessoas como charlatanismo, como mágica e milagre. O que é uma inverdade. O paciente hipnotizado é constantemente dono de si, não diz e não faz coisas que não diria ou não faria normalmente, ele vive aquele momento livre da couraça, da armadura, que todos nós vestimos no dia a dia.

Para ele, vivemos o tempo todo hipnotizando ou sendo hipnotizados,"procurando cada vez mais e melhor".